Ata da reunião do GT SeE no WONCA 2016

No congresso WONCA 2016, ocorrido no Rio de Janeiro, foi realizada a reunião organizacional do Grupo de Trabalho em Saúde e Espiritualidade. Este Blog foi um dos produtos da reunião!

Segue abaixo a ata e o registro dos participantes! Nos vemos em breve :)




    
           REUNIÃO ORGANIZACIONAL DO GT DE SAÚDE E ESPIRITUALIDADE

Foi realizada a reunião do GT S/E no dia 04/11/2016, contando com a presença de 33 pessoas, sendo representados seis países, a saber: Brasil, Paraguai (Mirian e Umberto), Costa Rica (Alejandra, Carmen, Oscar, Elnida), Uruguai (Martin, Marcela, Joseli e Lorena), Equador (Paulina) e Suíca (Rene). Também recebemos contato posterior da Argentina (Carolina Udaquiola) e Chile (Sebastian Fuentes, coordenador do GT de S/E da Sociedade Chilena de MF).
A reunião se iniciou com a apresentação sobre a função de um grupo de trabalho dentro da SBMFC e do histórico, desafios e propósitos do GT de Saúde e Espiritualidade desde 2013. Foram ressaltados os avanços e interesse dos MFC por essa área, mas também os desafios que temos pela frente, sobretudo em termos de comunicação e fortalecimento de redes e trocas entre o grupo.
Todo o grupo contribuiu com muitas propostas, que seguem reunidas conforme as frentes de trabalho:

Abaixo, segue detalhamento dos trabalhos da frentes de ação, sintetizados a partir da nossa reunião da sexta e também com o produto dos grupos de discussão no Global Meeting of Spirituality and Health:
     1)    Frente de pesquisa:
Membros: Lorena (Uruguai), Paulina (Equador), Lilian (Brasil), Eno Castro Dias (GH Conceição, Brasil), Mary Esperandio (PUC-PR, Brasil), Fábio Schwalm (RS, Brasil)
1.    Necessidade de estruturar uma agenda de pesquisas na área, mapeando temas e linhas de interesse:
a.    Áreas de pesquisa tradicionais: abordagem das crenças das pessoas e das intervenções do profissional
b.    Áreas inovadoras em pesquisa: discussão da fronteira mente-cérebro
c.    Áreas de possíveis trabalhos conjuntos: estudos epidemiológicos no Brasil, estudos sobre aplicação prática da abordagem clínica da espiritualidade e impacto da abordagem para os profissionais e estudantes
d.    Interesse em pesquisa com validação de questionários em língua portuguesa
e.    Destacou-se a importância da articulação do GT para a realização de estudos multicêntricos
2.    Dificuldades na formação em pesquisa na área, havendo poucos programas strictu senso. Relacionados ao grupo, foram mapeados os seguintes programas:
a.    UF Juiz de Fora: programas de mestrado e doutorado com vários pesquisadores na área. Contatos com Prof Giancarlo Lucchetti ou pelo www.ufjf.br/nupes
b.    Mestrado profissional em Tecnologias em Saúde no Grupo Hospitalar Conceição: orientação do Prof Eno Dias Castro Filho
c.    UF Rio Grande do Norte: Programa de mestrado e doutorado, sob orientação da Prof Georgia Sibele Nogueira
d.    USP-SP: áreas de pesquisa no Instituto de Psiquiatria, enfermagem e medicina preventiva
e.    Universidade Federal do Ceará
f.     Unifesp: área de pesquisa em psiconeuroimunologia e mindfullness com Dr. Marcelo Demarzo
g.    UF Minas Gerais: pesquisas em práticas integrativas no Núcleo Avançado de Ciência, Saúde e Espiritualidade (NASCE)
h.    Curso de pós-graduação lato sensu em EAD (ensino a distância), pela PUC Rio Grande de Sul.
3.    Necessidade de fortalecimento do GT em termos de Rede de contatos. Atualmente, temos a perspectiva das seguintes parcerias:
a.    Validação da FACIT-Non Illness em português: Ricardo Tuma, Giancarlo Lucchetti, Mary Esperandio
b.    Narrativas e cuidados ao final da vida: Rodolfo (Hospital Odilon Beherens), Sibele (UFRN) e Marcos Vasconcelos (GHC)
c.    Espiritualidade e resiliência: mestrado de Fábio Schwalm, sob orientação do Eno Dias
d.    Espiritualidade e valores pessoais do profissional de saúde: mestrado Janaine Camargo, USP
e.    A amorosidade no trabalho em saúde: Janaine e Eymard Mourão (UFPB)
f.     Abordagem da espiritualidade centrada na pessoa (em avaliação para publicação): Janaine (SP), Inez Padula (UERJ), Giancarlo Lucchetti (UFJF) e Eric Avila (HO Behrens)
4.    O grupo também destacou a importância da produção de um documento sintetizando evidências e declarando a importância do tema e da abordagem da dimensão espiritual da pessoa na prática clínica. O documento será produzido pelo GT (Coordenação de Oscar e Elnida, da Costa Rica) e enviado para a Sociedade Brasileira de MFC e para a CIMF, de modo a buscar um posicionamento institucional.

           2)    Frente de prática clínica e comunitária:
Membros: Carolina Udaquiola (Argentina)
1.    Destacada a necessidade de educação continuada do grupo, com trocas que nos empoderem para a aplicação prática dos conteúdos. Surgiram as propostas:
a.    Discussão pela lista de e-mails (pouco ativa)
b.    Vinculação de vídeo aulas pelo youtube (precisamos de voluntários para operacionalização!)
c.    Criação de um blog que permita postar experiências, temas e disparar discussões (precisamos de voluntários para operacionalização!)
2.    Enfocar as trocas de experiências, artigos e capacitações sobre abordagem clínica da espiritualidade (como aplicar na prática?)
3.    Discutir os aspectos da competência cultura e religiosa dentro da abordagem clínica da espiritualidade da pessoa, além das experiências interculturais, como os valores da espiritualidade indígena e afrodescendente, por exemplo.
4.    Discutir o papel da motivação social na abordagem da espiritualidade: como a espiritualidade impacta na articulação da comunidade e também na estruturação das relações sociais solidárias e fraternas.
5.    O grupo que se reuniu no Global Meeting destacou a importância das habilidades de comunicação com o paciente na área de espiritualidade, enumerando vários temas de interesse:
a.    Motivação, aprendizado e crescimento pessoal, relação com enfrentamento e resiliência para pacientes e profissionais de saúde
b.    Ferramentas para abordagem clínica da espiritualidade
c.    Abordagem da espiritualidade ao final da vida
d.    Cuidado com o cuidador e autocuidado do profissional
e.    Relações de interconexão entre temas como espiritualidade, complexidade e integralidade do cuidado. Espiritualidade como um aspecto do cuidado integral em saúde a ser desenvolvido.

      3)    Frente de ensino-aprendizagem:
Membros: Paulo Fontão (FASM, SP, Brasil), Marcela Cuadrado (Uruguai), Eymard Mourão (UFPB), Martin Oliveira (Uruguai), Carmem (Costa Rica)
1.    Necessidade de espaços para troca de experiências sobre ensino da saúde e espiritualidade na graduação e residência médica
2.    Proposta de realização de evento com enfoque em estratégias de ensino em saúde e espiritualidade, trazendo o enfoque da vivência e do trabalho com os valores pessoais e a atuação social/comunitária. (Possibilidade de articulação junto a ALEGRES).
3.    Proposta de construção de documento para um currículo de competências em saúde e espiritualidade. Na discussão em pequenos grupos, os seguintes princípios da prática educativa foram apontados:
a.    A educação na área deve ocorrer a partir da valorização da experiência vivida por alunos e professores, integrando reflexão e ação
b.    Filmes, dramatizações, situações de inteiração em grupo e discussões com construção do aprendizado coletivamente são considerados recursos didáticos potentes para ensino-aprendizagem na área
c.    A educação popular paulofreireana foi metodologia destacada para lidar com essas situações interativas de orientação pedagógica, valorizando saberes, emoções e iniciativas do grupo. Deve-se valorizar a pedagogia dialógica e problematizadora, disparada a partir das situações vividas pelos educandos e professores.
d.    O ensino de saúde e espiritualidade deve priorizar que os educandos integrem conhecimentos já disponíveis na literatura à sua prática, como também a seus valores pessoais. Assim, a postura do docente deve ser vista como a de cuidador do espaço de trocas e de disparador da problematização, contribuindo com experiências e saberes já acumulados em outras vivências.

      4)    Iniciativas estudantis:
Carlos Roberto (UERJ), Eduardo (FASM), Fernanda (UCS), Marcela
     1.    O GT da SBMFC reconhece a importância da sensibilização dos estudantes para o tema, como forma de disseminação da aplicabilidade clínica e produção sobre saúde e espiritualidade no futuro
       2.    Em reunião pública (Global Meeting of Health and Spirituality), o GT de S/E da SBMFC reconhece a criação da instituição ALEGRES (Associação de Ligas e Grupos de Estudo em Saúde e Espiritualidade) e se abre para parcerias de trabalho conjunto, incluindo evento sobre ensino-aprendizagem em S/E
     3.    Estudantes destacam dificuldades de comunicação e troca de materiais de estudo.
     4.    Também destacam a dificuldade de as ligas conseguirem realizar atividades de extensão universitária, uma vez que o aspecto vivencial é pouco valorizado pela maior parte da formação profissional.
     5.    Estudantes demandam a aproximação de profissionais na tutoria das ligas, uma vez que faltam recursos humanos para docência na área.

     5)    Coordenação:
Paulina (Equador), Janaine (Brasil), Mirian (Paraguai), Oscar (Costa Rica), Martin (Uruguai)
1.    Dado o interesse pelo tema e pelo trabalho que vem se construindo no GT de S/E da SBMFC, médicos de família de outras nacionalidades se interessaram na expansão para um grupo ibero-americano. Com isso, foi composta uma comissão de coordenação, com membros de diferentes países presentes nos encontros, de modo a articular a instituição do grupo na CIMF.
2.    A proposta é de articulação do grupo com propostas de atividades no congresso ibero-americano, para articulação e trocas de experiências
3.    Caberá à coordenação auxiliar o grupo a se organizar para a realização dos propósitos discutidos, bem como representar o GT perante as instituições.

     6)    Comunicação:
André (PUC-RS, Brasil). Estamos precisando de mais voluntários aqui!!!
1.    Estabelecimento e manutenção de canais de comunicação do GT, tais como lista de e-mails, facebook, sites (SBMFC + CIMF), divulgação de vídeos e blog.
2.    Precisamos de alguém que possa auxiliar na criação e manutenção do blog, pois foi a forma de comunicação apontada como preferencial em nossa reunião, mas ainda não temos alguém que saiba e se disponha a faze-lo!



Enfim! Nossas expectativas são muitas e há muito trabalho pela frente. Este tema só está sendo descortinado! Que possamos construir a saúde com que sonhamos e que a energia desse trabalho nos renove pela alegria de sermos a mudança que desejamos para o mundo! 

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